
Não é difícil tornar o seu divórcio — e o relacionamento entre os filhos — uma enorme confusão. Aliás, é mesmo muito fácil. Uma coisa anda ligada à outra.
Temos divórcios caraterizados por uma enorme tranquilidade onde, consequentemente, a relação com os filhos é pacífica; e divórcios altamente turbulentos que originam enormes dificuldades no relacionamento com as crianças.
Portanto, antes de abrir as hostilidades com o outro progenitor, acerca do fim do casamento, propriamente dito, recorde-se sempre que isso vai originar, necessariamente, o início das hostilidades no relacionamento com os filhos de ambos. Não deveria ser assim mas é.
Este tipo de situações obriga a um esforço adicional da sua parte. Tem de criar uma dupla personalidade. Quanto ao divórcio assume uma postura de conflito; mas quanto aos miúdos, assume a postura de progenitor cordato, tranquilo e especialmente focado no interesse das crianças.
Este tipo de comportamento, dual, é estranhamente simples de implementar. Para isso, e como regra essencial, deve ter por certo que nunca deve interpelar diretamente o outro. Se tiver de ser, então reduza o número de interpelações ao mínimo. Eis algumas possibilidades:
- Peça a ajuda de amigos ou de familiares para evitar os contactos com o outro. Aliás, as entregas e as retomas dos miúdos devem ser feitas em ambientes neutros. A escola será a melhor solução.
- Procure a ajuda de profissionais que saibam lidar com este tipo de situações — mediadores, psicólogos, terapeutas.
- Procure adaptar o acordo de responsabilidades parentais à situação atual, seguindo a ideia de limitar os contactos entre ambos os progenitores.
- Comunique por escrito, nomeadamente, por email. No entanto, tenha muito cuidado com o que escreve e a forma como escreve. É extremamente fácil ser mal-entendido numa comunicação escrita.
Peça orientação junto de um advogado. Por vezes, basta uma reunião para compreender que procedimentos deve adotar. Verá que tudo correrá muito melhor.